A confraternização com os familiares e a tradicional troca de chocolates são certamente deliciosas, mas este domingo de Páscoa também é dia de atentar para os cuidados com a saúde. Hoje, 8 de abril, comemora-se o Dia Mundial de Combate ao Câncer, segunda doença que mais mata em todo o mundo - ficando atrás somente dos transtornos cardiovasculares. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de pessoas com a enfermidade deve chegar a 75 milhões em 2030. A estimativa é de que a taxa anual de mortalidade chegue a 13 milhões. No país, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) indica que mais de 1 milhão de novos casos devem ser registrados até 2013.
Embora as estatísticas não sejam nem um pouco tranquilizadoras, os avanços na medicina e a possibilidade de diagnósticos cada vez mais precoces têm melhorado as perspectivas dos que descobrem ter algum tumor maligno. Hoje, ainda de acordo com o Inca, mais de 50% dos tipos da doença já podem ser curadas, desde que tratados em estágios iniciais. Além disso, as terapias estão se tornando cada vez mais brandas e eficientes, conforme mostrou o Jornal do Brasil em reportagem sobre o câncer de mama. Além disso, há cirurgias feitas com o auxílio de robôs - menos invasivas - e pesquisas genéticas que podem ajudar a desenvolver intervenções "personalizadas" no futuro.
Isto, no entanto, não é motivo para deixar de se precaver. As velhas recomendações para não fumar, não ingerir bebidas alcoólicas, manter o peso ideal, uma alimentação saudável, praticar atividades físicas e evitar a exposição ao sol em excesso continuam valendo. Outra medida simples e importante é ficar atento à vacinação. A imunização contra o HPV (vírus do papiloma humano), por exemplo, diminui sensivelmente o risco de câncer de colo de útero - o segundo mais incidente na população feminina.
"Muitas pessoas ainda não sabem que o câncer de colo de útero está relacionado com o vírus do papiloma humano (HPV), transmissível sexualmente e presente na maior parte das lesões pré-cancerígenas. As vacinas aprovadas pelo Ministério da Saúde [não são fornecidas pela rede pública] para uso no Brasil previnem os principais tipos de HPV associados a esse câncer e às verrugas genitais. São recomendadas para mulheres entre 9 e 26 anos", explica o médico Renato Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Os homens também devem se proteger. Além de cuidar de suas mulheres, também estarão se protegendo dos cânceres de pênis e ânus.
Pesquisa mostra boa aceitação da vacinação contra HPV em adolescentes
A vacina contra a hepatita, disponibilizada gratuitamente na rede pública de saúde, é outra arma poderosa. Cerca de 50% dos pacientes com carcinoma hepatocelular, tumor de fígado mais comum, têm cirrose hepática, que pode estar associada à hepatite crônica.
“A vacina contra a hepatite B, doença transmissível sexualmente e também pelo sangue contaminado, tem grande impacto na redução da incidência desse tipo de câncer”, destaca Isabella Ballalai, presidente da SBIm-RJ, que fala sobre a necessidade de esclarecer toda e qualquer dúvida com os médicos. “É importante aproveitar o momento da consulta para conversar sobre como colocar o calendário de vacinação da família em dia e, claro, manter-se atualizado. A informação é grande aliada da saúde”, conclui a especialista.
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